Tenho 37 anos. Casada há 12. Vou resumir minha história. Meu marido sempre foi autoritário e explosivo, nervoso desde o primeiro dia do casamento. Casei na doce ilusão de que mudaria e eu saberia ajudá-lo a ser melhor. Não tive muita instrução quanto a isso. Sempre fui carinhosa e romântica e ele sempre me tratando com grosserias e insultos. Me diminuindo. Vierem os filhos. Acho que com os filhos muita coisa mudou. Depois de muita conversa e encontros na igreja ele deu uma pequena melhorada. Mas o que sentia por ele mudou. Não consigo mais ama-lo. Mas não quero meus filhos crescendo sem a presença de um pai. Ele é bom pai. Não sinto nada de bom por ele.
No seu relato ao mesmo tempo você diz que não sente mais nada pelo seu marido, mas também menciona que não quer pensar na opção de uma separação, afirmando que não quer que os seus filhos cresçam sem a presença de um pai. Em primeiro lugar, se o seu marido é uma pessoa apegada aos filhos não haverá nunca essa possibilidade de abandono, mesmo que ele more distante de vc. As visitas regulamentadas pela justiça, existem apenas para definir algumas regras, mas nada impede que você ofereça a ele o acesso as crianças de forma mais frequente, desde que ele entre em contato com você de forma antecipada, para combinar e colocar os limites, já que em algum momento você poderá conhecer alguma pessoa que não gostará muito de cruzar com ex toda hora, no pé da sua porta.Os filhos são verdadeiras esponjas e sabem quando seus pais estão infelizes, haverá um momento que eles terão plena consciência de que os pais vivem resignados em um casamento de fachada, se suportando, simplesmente porque não tiveram a coragem de tentar novas possibilidades de construir a própria felicidade, por causa deles. Passará ainda a mensagem de que o casamento é um fardo que tem que ser carregado pelo resto da vida nas costas, mesmo que você não mais tolere mais a convivência com seu marido, ou seja, seus filhos poderão crescer desacreditando essa Instituição, já que passaram a conviver com o anti exemplo dentro do seu lar.
Acredite, o sentimento depois de morto não volta mais. viva uma vida de mentira só por medo de encarar uma sociedade preconceituosa, que inferiorizam mulheres divorciadas. Tenho a mesma idade que a sua e também estava em um casamento sem amor e optei pelo divorcio, mesmo com uma filha. Apesar de sofrer preconceitos até hoje, não me arrependo, pois minha filha apesar de ama-lo, sente-se mais livre, já que ele vivia tolindo ela de se expressar. E eu não preciso mais dividir a cama com quem não amo, além de ter me permitido viver novas experiências.
Mas enfim, a escolha é sua. tentar ser feliz ou agradar a sociedade para quem você aparece de família feliz!
Nao adianta culpar seu marido. VC desde o inicio viu quem ele era e quis continuar. Isto foi uma licao para vc. Viu os sinais? Da no pé. A culpa não é dele. Ele foi, é e será sempre assim. A “mudança” referida pode ser momentanea ou nao. Mas a culpa não é dele pelo seu “amor” ter esfriado. Você que alimentou ilusoes. Não adianta fazer como fazem os infantis: “mas eu entrei no relacionamento achei que a pessoa iria reconhecer meu esforço bla nla bla”. Quando a gente faz algo porque quer ninguém nos deve nada. Esta é a liçao da vida.